O presidente da Câmara de Vereadores de Gravatá, Léo do AR, que também é presidente da UVP, esteve nesta quarta-feira (30) no local onde funciona o aterro sanitário da cidade. Ele teve acesso aos vídeos que mostram funcionários da limpeza urbana retirando caixões do cemitério de Santo Amaro, no bairro do Cruzeiro, e transportando o material fúnebre para o aterro.
Conforme artigo 9º da Resolução CONAMA 335/2003: “Os resíduos sólidos, não-humanos, resultantes da exumação dos corpos deverão ter destinação ambiental e sanitariamente adequada”.
Para o presidente da Câmara, “o material não foi devidamente extraído, transportado e descartado. Léo do AR entende que os caixões retirados do cemitério de Gravatá deveriam ter sido manuseados por coveiros, e não agentes de limpeza urbana, que teriam colocado a vida em risco diante a pandemia da COVID-19. O presidente da câmara ainda pontuou que o transporte dos restos cemitérios deveria ocorrer em veículo fechado, não numa caçamba aberta, como ocorreu”.
Além disso, o denunciante afirma que os caixões não deveriam terem sido jogados no aterro, junto com lixo doméstico, e sim num local apropriado do aterro.
O QUE NOSSA EQUIPE PESQUISOU:
Os resíduos de cemitérios, aqui configurados como RESÍDUOS CLASSE II, por mais que não apresentem periculosidade, como qualquer outro lixo que seja produzido, precisa ser maneado e descartado corretamente. Descartado de maneira inadequada, os restos de cemitério podem gerar forte impacto ambiental, atingindo negativamente a água, solo, fauna, flora e o ar da região.
O PERNAMBUCO NOTÍCIAS buscou referências literárias para tentar evidenciar impactos que a falta de gerenciamento de tais resíduos pode ter sobre saúde pública e meio ambiente, inclusive consultando alguns especialistas no assunto. Especialistas dizem que nos restos de cemitérios podem conter substâncias orgânicas altamente tóxicas, como a putrescina e cadaverina, conhecida como ‘alcaloides cadavéricas’, ou necrochurume, que pode causar grande risco de contrair doenças, tais como, tétano, gangrena gasoso, toxi-infecção alimentar, tuberculose, febre tifoide, febre paratifoide, desinteria bacilar e o vírus da hepatite tipo “A”.
O site não localizou nenhuma bibliografia que afirme a existência de riso dos resíduos decorrentes de exumação, ou norma que regulamente seu devido descarte, no entanto é preciso observar a forma como o material é transportado do cemitério até o aterro sanitário. Este transporte deve ser feito em contêineres com tampas e transportados com os devidos cuidados para evitar que se espalhe pelo trajeto até o local de descarte.